A coluna Painel do jornal Folha de S. Paulo publicou hoje (13/1) que a Petrobras deve anunciar, nos próximos dias, o processo de venda de sua participação total na Braskem. Atualmente, a estatal detém 36% da petroquímica, uma fatia estimada em cerca de R$ 5,8 bilhões.
Mas o que isso diz sobre o futuro da empresa? Neste artigo, você vai entender os motivos para essa possível decisão, cuja notícia surge um dia após as ações da Petrobras atingirem o menor valor desde maio de 2004.

Manobra visa recuperar caixa da empresa
A situação financeira da estatal brasileira, que em 2010 foi considerada a 4ª maior empresa do mundo em valor de mercado, parece estar longe de melhorar. A companhia enfrenta dificuldades em diversas frentes: do modelo de negócio à credibilidade entre os acionistas e investidores.
Abalada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga casos de corrupção no alto escalão da empresa, a Petrobras calculou em R$ 6,194 bilhões as perdas com os desvios indevidos, e reduziu o valor de seus ativos em R$ 44,3 bilhões. Tudo isso em 2015.
Mas a corrupção não é o único problema da empresa. O preço do barril do petróleo encerrou 2015 com uma queda acumulada de 35% e chegou, na quarta-feira passada, ao menor patamar desde 2004: US$ 34,13.
O baixo valor da commodity em nível global tem várias explicações: a redução da demanda na Ásia e na Europa, a crescente produção de gás de xisto (que promete substituir o petróleo) nos Estados Unidos e o crescimento da oferta da matéria-prima, já que os países produtores não interromperam o ritmo.
Enquanto seu produto vale cada vez menos, a Petrobras vê despencar a rentabilidade dos projetos de exploração do pré-sal, antes considerado a salvação da empresa. Por tudo isso, a dívida bruta da Petrobras atingiu R$ 506,5 bilhões no 3º trimestre de 2015, o maior valor da história.
Pois é esse o cenário que leva a empresa a buscar diferentes fontes de receita para solucionar o rombo financeiro. Dessa forma, a venda de ativos, como a participação da estatal na Braskem, faz parte da estratégia para recuperar o combalido caixa da companhia.
Petrobras reduz plano de investimento até 2019
Na terça-feira (12/1), a empresa divulgou a decisão do seu Conselho de Administração de reduzir o plano de investimentos para US$ 98,4 bilhões no período 2015-2019, o que representa uma queda de US$ 32 bilhões em relação à projeção inicial. De acordo com a Petrobras, a decisão se justifica pela otimização do portfólio de projetos e pelo efeito cambial.
E essa redução no investimento, é claro, deve gerar impactos na economia e na indústria brasileira. Em entrevista ao Estadão, o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Alberto Machado Neto, apontou que o corte nos investimentos põe em risco empregos e a sustentabilidade da indústria no longo prazo, já que o setor depende da cadeia de fornecedores da estatal.
Com a decisão anunciada ontem, o papel da empresa caiu ao menor valor desde 2004, sendo negociado a R$ 5,53 (Petrobras PN) e R$ 7,00 (Petrobras ON).
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